Capadócia: a terra das "chaminés de fadas" da Turquia

Capadócia: a terra das chaminés de fadas da Turquia
A Capadócia, um pedaço encantador da Turquia central, pontilhada com "chaminés de fadas" (formações rochosas), possui uma história tão incrível quanto a sua paisagem. As erupções vulcânicas criaram paisagens surreais, semelhantes às da lua: os fluxos de lava formaram tufos rochosos, esculpidos pelos ventos e chuvas em vales sinuosos com penhascos curvados e pontudas chaminés de fadas.

A fase mais extraordinária da região foi durante a era medieval, quando os vales eram refúgios para Cristãos Bizantinos. Os trogloditas religiosos estabeleceram povoações monásticas, e suas igrejas em cavernas dão uma solenidade bíblica à região, que lembra muito os Flintstones. O Museu a Céu Aberto de Göreme, um patrimônio mundial, possui a melhor coleção de capelas e alojamentos, a maioria datada por volta do século 11.

Aqui estão algumas coisas que você deve ver e fazer enquanto você estiver na região:

Afrescos Bizantinos
Apesar de séculos de desgaste pelo tempo e pelos vandalismos, muitos dos afrescos (ou mais precisamente frescos seccos, pintados em gesso seco ao invés de úmido) são visões magníficas e coloridas. A Igreja Escura possui os melhores exemplos: as pilastras e tetos arqueados são cobertos de anjos de várias cores, junto a cenas como a do nascimento de Jesus, com um boi e um asno com as fuças na manjedoura. Como o próprio nome da igreja sugere, a falta de luz preservou as representações, que ainda aparentam frescas e vívidas após um milênio.

Outros complexos monásticos habitam este vale, muitos semelhantes aos cenários de Star Wars (mas não acredite nos guias charlatões que afirmam que o Chewbacca esteve aqui). O mais popular para um passeio é o Vale Ihlara – coberto por mata de ribeira, canto de pássaros e uma sequência de igrejas entrecortadas por altos penhascos.

Explore as cidades subterrâneas
Os cristãos locais foram perseguidos primeiro pelos romanos e depois por muçulmanos invasores, e frequentemente tinham que se esconder de forças hostis. Quando eles ouviam as batidas de cascos, eles abandonavam as cavernas e iam para o subsolo, literalmente. Abaixo das formações rochosas da Capadócia há uma rede de cidades subterrâneas, que comportavam até 10.000 pessoas cada. A maior descoberta está a quase dez níveis de profundidade, com passagens estreitas que conectam os andares como túneis de hamsters.

Ao visitar as cidades, você passará por estábulos com alças para acorrentar animais, igrejas com piscinas e altares de batismo, paredes com buracos para circulação de ar, celeiros com pedras de afiar e cozinhas escurecidas com fornos. Os buracos de ventilação também foram encobertos, e pesadas pedras rolantes serviam como as últimas linhas de defesa. Não restaram muitos artefatos – os habitantes os tomaram ao voltar à superfície – mas as cidades remontam perfeitamente àqueles duros períodos.

Viva como um troglodita
Estar na Capadócia hoje em dia não envolve nenhuma dificuldade ou câmara subterrânea. Muitas das cavernas habitadas e capelas das "chaminés de fadas" foram transformadas em hotéis-boutique, onde você pode experimentar a vida de um troglodita no luxo. Os recursos incluem hamams nas cavernas (banho turco), arcos esculpidos em pedras, paredes estampadas com manchas vulcânicas. Você logo descobrirá aquilo que os habitantes locais já sabem há séculos: os tufos calcários mantêm os cômodos frescos no verão e aquecidos no inverno.

O sedutores dólares dos turistas vêm tentado muitos capadocianos a largarem a agricultura. As casas de pombos feitas nas superficies das rochas – tradicionalmente usadas para coletar dejetos dos pássaros para o uso como fertilizante – ficam vazias em sua maioria. No entanto, a vida na aldeia continua e os vestígios do passado fabuloso permanecem – incluindo o vinho local. A Capadócia possui uma das indústrias mais antigas de vinho, que remonta cerca de 4000 anos, com os Hititas – os primeiros a reconhecerem as qualidades do solo vulcânico para a viticultura e para esculpir adegas de pedra. Ao provar a uva anatoliana, há certamente uma grande história para refletir nesta terra de chaminés de fadas e vestígios bizantinos.

fonte: http://bitw.in/bpTI